sexta-feira, 25 de abril de 2014

Beatallica - A Garage Dayz Nite EP

Pegue a maior banda inglesa de todos os tempos e junte com a maior banda de metal dos Estados Unidos. The Beatles e Metallica. Pronto, você tem o Beatallica. A banda lançou em 2001 seu primeiro registro, um EP chamado A Garage Days Nite. Que combina, como vocês mesmo já deduziram, o EP, Garage Days Revisited, do Metallica e o disco A Hard Days Night da banda britânica.



Possivelmente o início da banda foi um tipo de brincadeira feita para uma apresentação em um evento anual de Milwaukee. Dessa apresentação foi gravado o EP citado acima com apenas algumas cópias sendo lançadas e entregue para amigos e conhecidos. Uma dessas cópias parou na mão de alguém que criou um site disponibilizando em MP3 as sete músicas do EP. O interessante é que nem mesmo a banda sabia desse site e também não sabia que a banda já tinha até um número considerável de fãs.

Músicas como “Sgt Hetfield’s Motorbreath Pub Band” e “And Justice for All My Loving” são ótimos exemplo do que a banda fazia musicalmente, que era basicamente tocar as músicas dos Beatles como se fosse a banda liderada por James Hetfield. Os efeitos e timbres dos instrumentos, e principalmente a voz de Jaymz Lennfield (John Lennon + James Hetfield), são muito parecidas com os do Metallica. Era tão parecida que, como ninguém sabia quem era a banda no início, começaram a achar que era o próprio Metallica que estava fazendo aquelas músicas.

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Soen - Cognitive

Projeto formado por Martin Lopez após a sua saída do Opeth, junto com o vocalista Joel Ekelöf, o guitarrista Kim Platbarzdis e o quase desconhecido e nada técnico baixista Steve DiGiorgio. Colocando de forma simplificada, Soen é um elo perdido entre o Opeth de "Watershed" com o Opeth de "Heritage", mas tocado de forma muito mais simples, com uma atmosfera muito mais carregada.

Pronto, isso é tudo que vocês precisam saber da banda e serem convencidos a ouvir, certo?



O clima carregadíssimo do álbum já dá as caras em "Fraktal": linhas de baixo soturnas, interferências e o vocal já espetacular de Joel Ekelöf, que criam a atmosfera para "Fraccions", aonde já se torna impossível não comparar com os últimos trabalhos do Opeth. Nem tanto apenas pela bateria característica de Martin Lopez, mas pelo próprio feeling e melodias vocais, que lembra principalmente a última masterpiece "Heritage", ainda que com característica própria incrível. Apostando um pouco mais na simplicidade (tirando a atuação sem limites de Steve DiGiorgio), "Delenda" chega a ser contemplativa, como se tudo girasse em câmera lenta, assim como "Last Light", novamente indescritível, além de que transborda sentimento da caixa de som/fone de ouvido enquanto você ouve. Tomando seu lugar no álbum, arranjos quase jazzísticos tomam a frente em "Oscillation", sempre com uma simplicidade latente, nem sempre investindo completamente no peso, nem na complexidade esperada, mas é o suficiente para deixar qualquer um perplexo e sem ação como as músicas funcionam.

"Canvas" remete novamente ao último álbum do Opeth (dentro da sua identidade), com outros momentos que lembram em muito o Katatonia nas partes pesadas, enquanto "Ideate" é uma peça de Rock Progressivo, hipnótica, que imediatamente transporta para uma paisagem isolada, fria, assustadoramente quieta e com aquela névoa onipresente, sentimento incômodo (mas bom) que continua mesmo em "Purpose", uma faixa mais pesada, aonde a guitarra de Kim Platbarzdis toca um riff propriamente dito, e não apenas cria as (espetaculares) linhas atmosféricas. O álbum fecha com mais duas músicas incríveis: "Slithering" e a já conhecida "Savia", a alavancagem final que prova que ao lançar esse álbum, é presenciado o surgimento de mais uma banda única e confirmando o quão fértil o cenário Metal tem sido nos últimos anos.

Falar sobre "Cognitive" é uma tarefa deveras complexa. Tentar classificá-lo ou defini-lo em palavras é o mesmo que tentar descrever um sentimento, uma sensação, uma impressão: é perto do impossível. O resultado que o Soen conseguiu com essas músicas é algo praticamente além do tempo atual, que não segue tendências, não se preocupa em soar complexo, pesado, técnico ou qualquer coisa, além de adentrar profundamente na mente do ouvinte e ali assombrar por muito tempo. E assim como os sentimentos, a experiência de ouvir este disco é completa e totalmente subjetiva, então, o que vocês estão esperando?

Tracklist:

01. Fraktal
02. Fraccions
03. Delenda
04. Last Light
05. Oscillation
06. Canvas
07. Ideate
08. Purpose
09. Slithering
10. Savia

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Bloodbath - Breeding Death EP

'Breeding Death' é o nome do EP da banda Bloodbath que conta com Mikael Akerfeldt (Opeth) nos vocais, Jonas Renkse (Katatonia / October Tide) no baixo, Blakkheim (Katatonia / Diabolical Masquerade) na guitarra, Dan Swano (Edge Of Sanity / Night In Gale / Odyssey) na guitarra e Martin Axenrot (Opeth) na bateria. As três músicas presentes serão : 'Breeding Death', 'Ominous Blood Vomit' e 'Furnace Funeral'.


É com grande alegria que eu ponho "Breeding Death" neste post, prepare-se para quase 14 minutos de death metal old-school, como deve ser. Ou pelo menos do jeito que eu gosto.

Inspirados por muitos pioneiros do death metal (especialmente Entombed), a banda fez um death metal que só a Suécia poderia produzir, com um pouco de death metal americano na mistura. Com um line-up que consiste de Dan Swanö e alguns membros do Katatonia e do Opeth, a criação de algo que vale a pena ouvir é uma boa possibilidade. Este EP do Bloodbath vale a pena escutar?

Primeiramente, a produção. As guitarras soam do jeito que esperaríamos dos seus ídolos suecos, mesmo que não tão densas e enérgicas. O baixo é audível durante todo o EP, entretanto, você deve prestar mais atenção pra conseguir ouví-lo. Ele aparece durante alguns riffs, mas soa completamente soterrado na mix durante outros riffs. O som da bateria é geralmente bom. Os pratos podem ser ouvidos bem e nitidamente. Porém, o bumbo poderia ter usado mais de "kick", "posto o pedal pra correr" mais. A única (e mínima) reclamação são só os vocais. Curto o trabalho de Mikael Âkerfeldt desde que assisti o "The Wacken Carnage", o que me fez também buscar material do Opeth. Mas acho que nesse EP, parece que ele queria soar mais death metal do que sua capacidade. Na demo, ele soa bem mais agressivo e grita com mais frequência, adicionando mais variação, o que não foi ouvido no produto final.


Quanto à música em si: Gosto do que ouço. Uma das razões de eu curtir o Bloodbath é por causa dos refrões. Não dá pra escutar o Bloodbath sem tentar cantar junto com o refrão. As composições são bem feitas. As músicas mostram uma mistura bem legal de mudanças bruscas de tempo (influência de death americano, talvez?) e diretas, com um pouquinho de death metal melódico que a Suécia se tornou conhecida. O entrosamento das guitarras é demais, que acaba se tornando um aspecto que torna o Bloodbath conhecido por isso. O baterista Martin Axenrot faz um bom trabalho mantendo o groove ainda que num ritmo rápido, exemplo, em "Breeding Death" e o refrão de "Ominous Bloodvomit". As músicas no geral, têm uma boa alternância entre seções rápidas e lentas, do começo ao fim.

Conclusão: Esse EP definitivamente, vale a pena ser ouvido. Soa sólido, rápido e groovado. As melodias ficarão na sua cabeça por algum tempo. Você não se decepcionará.



Throwdown - Venom And Tears

Na ativa há pouco mais de 10 anos, o californiano Throwdown vem construindo sua reputação entre os norte-americanos através de extensas turnês, já tendo participado do Ozzfest de 2004 e tocado ao lado de bandas consagradas como Lamb Of God, As I Lay Dying e Soulfly – turnês que inclusive permitiram que o grupo tocasse aqui mesmo, no Brasil, em 2006 e 2007.


Assim, a Liberation Music está disponibilizando em território nacional “Venom & Tears”, um quinto álbum que já vem sendo considerado por muitos como o mais completo da carreira do Throwdown. Parte de sua conhecida veia Hardcore ainda persiste, mas, ao contrário de seus registros anteriores, é inegável que os novos riffs de guitarras estão muito mais orientados para os lados daquele Heavy Metal elaborado pelas feras da década passada, gerando composições extremamente brutais e com muito groovy, que flertam com o Thrash e, principalmente, com grande influência do velho Pantera da fase “Vulgar Display Of Power” (92).




Os primeiros riffs da galopante abertura “Holy Roller” se tornam um claro exemplo de sua nova orientação musical, remetendo diretamente aos ‘Cowboys From Hell’. Mas não pense o leitor que o Throwdown é um mero clone do Pantera. Pode não ser original, mas há muita atitude e tensão de sobra neste disco, que ficam bem representadas por faixas do calibre de “S.C.U.M.”, “No Love”, “I'll Never Die A Poisoned Death” e ainda em “I, Suicide”, com algumas das melhores guitarras do repertório.


“Venom & Tears” é indicado principalmente aos aficionados por grupos na linha do já citado Pantera, Machine Head, Sepultura ou ainda o que o Metallica fez nos primórdios de sua carreira. Estes realmente não terão do que reclamar deste belo disco. Aliás, talvez as reclamações somente venham por parte dos antigos entusiastas do Hardcore que o Throwdown deixou em segundo plano...


Formação:
Dave Peters – voz
Mark Choiniere – guitarra
Matt Mentley – baixo
Ben Dussault – bateria


Throwdown – Venom & Tears
(2007 / Trustkill Records – 2008 / Liberation Music – nacional)

01. Holy Roller
02. Day Of The Dog
03. S.C.U.M.
04. Americana
05. Weight Of The World
06. Cancer
07. Hellbent (On War)
08. No Love
09. Venom & Tears
10. I'll Never Die A Poisoned Death
11. I, Suicide
12. Godspeed


Fonte do rewiew; whiplash.net

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Carcass - Surgical Steel

Um dos melhores retornos de todos os tempos.


O Heavy Metal deve muito ao Carcass. Os caras foram os pioneiros do grindcore ao lado de bandas como Napalm Death [cujo guitarrista Bill Steer também foi membro, com seus primeiros álbuns no fim dos anos 80], quando o metal extremo ainda estava trilhando seus caminhos, influenciaram legiões de bandas de death metal com o poderoso "Necroticism - Descanting The Insalubrious", e contribuíram também com o modelo essencial para o death metal melódico com o álbum "Heartwork", de 1993, ou seja, o Carcass contribuiu para o gênero mais do que muita banda jamais pensou em fazer. É comprensível então, que os mestres da música extrema são reconhecidos como lendas, e compreensível que um álbum lançado 17 anos depois do último [o famigerado e incompreendido "Swansong"] seria um dos mais aguardados álbuns até então. Considerando o caminho que a banda tomou nos últimos dias do seu primeiro período de atividade, poderia-se até entender a preocupação sobre a qualidade de um novo álbum do Carcass. Entretanto, não tenha medo. "Surgical Steel" é um álbum do caralho!!!

Esteticamente, pode-se dizer que este álbum é uma olhada aos tempos de glórias passadas. Por exemplo, a arte da capa é uma versão nova e melhorada da capa de "Tools of the Trade", de 1992. Musicalmente, ele pode ser visto como uma mistura dos grooves macabros e sombrios de "Necroticism" com as melodias imponentes de "Heartwork", mas "Surgical Steel" é muito mais que isso. Este álbum tem tudo que fez do Carcass essa banda tão espetacular e junta tudo isso em uma obra-prima do death metal.


Começando com "1985", uma faixa com uma introdução atmosférica, aparentemente de uma demo de 1985, de quando eles ainda eram conhecidos como Disattack. Bill Steer faz uma linha de guitarra harmonizada que pode lembrar um pouco Judas Priest [principalmente "The Hellion], é uma faixa que chama bastante atenção e assim que ela chega ao seu final, começa uma pancadaria sem dó. "Thrasher's Abbatoir" surge dos alto-falantes com uma força igual a de um rinoceronte enfurecido, menos de 2 minutos de puro e visceral espancamento sonoro. Imediatamente, fica claro que "Surgical Steel" não é nem um pouco meia-boca, mas sim, uma declaração de guerra de uma banda veterana determinada a mostrar seu valor.

E é incrível como ele fica melhor ao longo que vai-se ouvindo. "Cadaver Pouch Conveyor System" contém alguns dos mais pegajosos riffs já encontrados no death metal, assim como [pra mim, a mais foda do disco] "The Granulating Dark Satanic Mills", talvez influenciada pelo fato de Bill Steer ter tocado recentemente com os ícones da NWOBHM Angel Witch. As músicas neste álbum são bem multi-facetadas, variando muito de grooves bastante trabalhados a uma velocidade frenética, como"The Master Butcher's Apron", assim como variam de blastbeats bem viscerais até um dos riffs mais lentos e devastadores criados recentemente, mas as faixas são sempre completamente coesas, funcionando perfeitamente como músicas que contém contexto, não só um monte de riff jogado. O trabalho das partes de guitarra de Bill Steer foram uma peça fundamental para este álbum, variando desde os ganchos contagiantes de "The Granulating Dark Satanic Mills" e "Cadaver Pouch Conveyor System" até coisas mais sinistras [chegando inclusive a lembrar algumas coisas do Slayer] que abrem faixas como "A Congealed Clot of Blood". Fechando o disco, "Mount of Execution" é uma das melhores músicas que você vai ouvir este ano [se não foi a melhor música de 2013], sua introdução acústica dando lugar a um monumento colossal do death metal de imensas proporções. De uma natureza quase progressiva, ela muda de seção em seção com uma beleza selvagem e convicção inigualável, o que é convincente o suficiente para garantir que o ouvinte se satisfaça ao ouvir o álbum. A música tem uma conclusão natural por volta de uns 6 minutos, deixando o ouvinte pensando que acabou, antes de explodir de novo com um groove foda pra caralho.

Produzido por Colin Richardson e mixado por Andy Sneap, duas lendas de estúdio no metal, este álbum é sonoramente perfeito. Bill Steer prova que é um dos gênios da guitarra no metal extremo hoje em dia, com melodias muito boas, solos de arrepiar e riffs fodas que fazem as músicas serem da forma que são. O baterista Dan Wilding provou que é uma substituição perfeita para o baterista original Ken Owen, que sofreu uma hemorragia no cérebro que deixou sequelas e por isso, não se juntou ao Carcass para a reunião. A performance de Wilding é absolutamente perfeita neste álbum, levando a música a novos patamares de intensidade com blast-beats impecáveis, ritmos criativos e viradas excepcionais. Owen, enquanto isso, faz uma aparição contribuindo com backing vocals junto com Bill Steer, por sinal é a primeira vez que guturais mais graves são usados junto com a voz rasgada de Jeff Walker desde "Necroticism". O próprio Walker está em boa forma. Seus vocais estão grotescos e insanos como sempre, e "Surgical Steel" é o lugar de algumas das letras mais legais, cobrindo temas como guerra, religião, os horrores da indústria de carne, as descrições gráficas médicas que eram muito usadas por muito tempo durante os tempos grindcore do Carcass, a densa escuridão da Revolução Industrial, e até mesmo uma crítica às bandas novas, genéricas e sem inspiração em "Noncompliance to ASTM F 899-12 Standard", hilariamente chamando-as de "dearth metal", algo como "metal pra retardado", rsrsrsrs.

Enfim, "Surgical Steel" é foda pra caralho.
"Swansong" certamente não foi a melhor forma de encerrar o legado da banda, e com "Surgical Steel" eles se certificaram que esse legado é algo que continuará no futuro.

Carcass é:
Jeff Walker - Vocal e Baixo.
Bill Steer - Guitarra e backing vocals.
Dan Wilding - Bateria.
Ben Ash - Guitarra [entrou na banda após o disco ter sido gravado].

Download: Mediafire