terça-feira, 6 de maio de 2014

Jeff Loomis - Zero Order Phase

Basicamente, um Nevermore instrumental.

Que Jeff Loomis é dos guitarristas mais talentosos e criativos da atual cena metálica ninguém dúvida. Afinal, ele foi responsável pelos ‘riffs’ e solos brilhantes do Nevermore, uma das bandas mais originais e interessantes dos últimos anos.

Isso já seria motivo suficiente para que as expectativas em torno do disco solo do músico fossem jogadas lá para o alto, mas atingiram a estratosfera quando o próprio Loomis disse em entrevista que faria algo na linha Jason Becker / Marty Friedman.

Jeff Loomis - Zero Order Phase

E “Zero Order Phase” até que lembra sim trabalhos como “Dragon’s Kiss”, do Friedman, uma vez que, embora instrumental, o disco é pesado, distorcido, grave e agressivo. Em alguns trechos, aliás, basta Warrel Dane pôr sua voz para virar Nevermore. A produção de Neil Kernon, que também cuida dos lançamentos do grupo de Seattle, só contribui para isso.

Os solos de Loomis, muitas vezes dobrados, são rápidos e bastante técnicos, com ‘tappings’, ‘sweeps’ e tudo o que ele tem direito, mas sempre com um propósito, um tema, um assunto. Isso faz o repertório ser bastante interessante mesmo para quem não é guitarrista.

Como todo disco instrumental, “Zero Order Phase” também tem seus momentos mais ‘feeling’, como em “Azure Haze” e “Sacristy”, mas que mesmo assim não podem ser consideradas baladas. O final com “Departure”, essa sim acústica e orquestral, revela o lado calmo e mais sensível do músico. Os destaques pra valer, porém, ficam com “Jato Unit”, “Cashmere Shiv” (com uma participação especial e genial do veterano baixista Michael Manring) e “Miles of Machines”.

Por tocar em uma banda de verdade e não ser apenas um músico solo, Loomis sabe a importância da base, da harmonia, e não foca as atenções somente em seus solos. Por isso ele é um dos melhores guitarristas da atualidade, e “Zero Order Phase” um álbum imperdível.


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